Poucas coisas são piores do que as consequências de fantasias mórbidas. É algo que desestabiliza por completo qualquer ser humano. A imaginação, que é o produto da atividade cerebral unida a algo muito mais impalpável, mais elevado, que poderíamos chamar de espiritual, às vezes nos prega peças.
O corpo reage imediatamente, com descargas seguidas de adrenalina que só fazem aumentar vertiginosamente a ansiedade, a sensação de perigo e morte eminentes.
Um pavor irracional e absoluto toma conta do indivíduo, que se sente totalmente desprotegido, à mercê de algo que ele não compreende, não visualiza corretamente e que se confunde com a realidade. Tontura, sudorese, taquicardia, paralisia momentânea, necessidade de fugir sem saber exatamente do quê ou para onde são alguns dos sintomas mais comuns.
Quando a pessoa acometida desse mal consegue superar a vergonha de confessá-lo e procurar ajuda terapêutica adequada, o processo de cura é mais ou menos rápido, dependendo em quanto essa absoluta e injustificada sensação de insegurança está, neuroticamente, instalada e sedimentada no sujeito.
Síndrome de Pânico é o nome popular dado a esse conjunto de sintomas motivados por uma alteração química, ou qualquer outro motivo que a ciência e os terapeutas profissionais, justifiquem o desencadear de medos, terrores, angústias totalmente injustificados.
A figura clássica da mulher sentada em sua cama, no meio da noite, com as mãos segurando a cabeça, e com 9 espadas pendendo sobre si, é uma excelente ilustração para essa síndrome.
A ideia de isolamento e imobilidade para fugir, de viver às escuras, sem saber quando, onde ou porque será acometida novamente por um surto, tentado, com as mãos, impedir que o cérebro libere imagens aterrorizantes, foi perfeitamente detalhada, a pedido do criador desse maço de cartas, o Waite, pela artista Pamela Colman Smith.
Hoje, observando a imagem que ilustra este comentário, encontro nelas claros sinais desse tipo de tormento mental. O medo incontrolável ao sentir, sem conseguir justificar, que algo de terrível está para acontecer. Que o planeta vai girar fora de sua órbita e estaremos vagando na infindável escuridão espacial, que a água do banho de chuveiro irá nos afogar, que acordaremos completamente desmemoriados, sem saber quem somos, que sofreremos uma crise durante uma viagem de avião e que correremos até a porta da cabine, abrindo-a e causando a queda do aparelho… Soturnos delírios da imaginação. Pânico.
Mas no Tarot, quando temos escuridão na representação da carta, simboliza que, além daqueles limites reina a luz. A luz que revela a verdade, que esclarece os fatos, que elucida os problemas, que elimina as assustadoras sombras e sons ouvidos à noite.
É preciso aproveitar os momentos mais iluminados para buscar ajuda profissional adequada e, também, conscientizar-se de que nada de concreto, verdadeiro, premonitório ou espiritual existe naqueles terríveis momentos de crise. Que tudo não passa de mera fantasia e, como toda fantasia, tem data para acabar e não deve e nem pode competir com a verdade, a lógica e a razão.
Alex Tarologo
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